Dia Mundial do T’ai-chi Chuan e do Chi kung na Paraíba 2016
Alice Lumi Satomi
Nos dias 29 e 30 de abril, os grupos Pai Lin PB e do estilo Chen organizaram e
comemoraram o Dia Mundial do T’ai-chi
Chuan, divulgando essa “arte da longevidade” (Despeux 1990)
chinesa, através de demonstrações práticas e da distribuição de panfletos informativos
para o público local ou em redes sociais. O evento reuniu instrutores e alunos
de várias tendências, de João Pessoa, compartilhando práticas das formas e até performances
musicais, além de workshop sobre o T’ai-chi Chuan e o Chi kung, seus benefícios
para a saúde física, mental e espiritual/emocional.
A primeira cutucada
foi dada pela Escola Chen e aceita
pelo grupo do estilo Pai Lin PB. Jader Duarte, fisioterapeuta e acupunturista –
do Centro de Tratamento e Reabilitação da dor “Move to Cure” –, é o professor da World Chen Xiao Wang Taijiquan Association Brazil (WCTABr[1]). O
grupo do estilo Pai Lin é vinculado ao Projeto de Extensão “Cultura Oriental:
práticas musicais, linguísticas e psicossomáticas”, desde 2011, coordenado por
Alice Lumi Satomi, professora do Depto. de Educação Musical e do Programa de
Pós-graduação em Música, do CCTA – Centro de Comunicação, Turismo e Artes – da
Universidade Federal da Paraíba (UFPB).
A
vesperal no campus
O Dia Mundial, fixado
para o último sábado de abril, começou no dia 29, às 7 horas, com uma prática
aberta aos transeuntes, na capela da UFPB. Um pouco antes foram distribuídos os
panfletos[2]
para os frequentadores locais da feira orgânica, enquanto o grupo local se
animava com a nova camiseta e recepcionava convidados. A professora iniciou com
a série “Exercícios das nove dobras”, para desbloqueio das articulações. E o
professor Jader prosseguiu com os exercícios de “Chansigong [Desenrolar do Fio da Seda]”, que visa promover uma
maior percepção e melhora do fluxo energético pelo corpo. Finalizamos a prática
coletiva com a Forma das mãos nuas em cada um dos estilos.
Após o intervalo do
café, após as 9 horas, nos reunimos no auditório da CODESP, onde foi composta uma
mesa com os dois professores e Glauber Nikson, este da Escola de Kung Fu “Garra de Águia”. Começando com
um dos objetivos da comemoração que é o agradecimento, os alunos Manassés,
Percilia, Márcia, Djalma e Fábio se pronunciaram acerca do que é o T’ai-chi chuan, sobre o mestre Liu e os
benefícios dos exercícios preparatórios e das formas – bem-estar, diminuição
das dores, ansiedade – onde cada um contou um pouco de sua história[3].
Em seguida a professora agradeceu aos ensinamentos do mestre Liu, mostrou um
vídeo dele praticando e pontuou alguns aspectos do estilo e do histórico dele. O
professor Jader homenageou o seu mestre Jan
Silberstorff4, explicando a linhagem, mostrando o livro
dele e suas ações humanitárias. Explicitou e esclareceu sobre o princípio
binário e a origem do T’ai-chi Chuan.
Perto das 11h00
começaram as performances com a flauta chinesa Hulusi tocada por Fernando Pintassilgo e a coreografia de Alice Lumi,
inspirada em posturas do cerimonial de chá japonês e do Taichi Pai Lin. O duo interpretou a primeira parte de “Sakura [Flor de cerejeira]”, experimento de
improvisação, com base na passagem “o choro pode durar uma noite, mas a alegria
vem pela manhã” (salmo 30:5), dirigido por Valeska Picado[4].
Prosseguindo na temática do renascimento, Fábio Xavier cantou “Hana wa saku [O florescer]”, de Iwai/Kanno,
representando o coral Hatsuhinode.
Este e o Jampakoto, integrado pelo
casal, fazem parte do Projeto de Extensão.
A manhã da sexta
finalizou com mais três performances: o casal Jáder e Christiane Alves
interpretou divinamente a música “Lovers”,
de Umebayashi (do filme “O clã das adagas voadoras”), ela cantando, enquanto
ele demonstrou a forma de espada dupla da Escola Chen[5].
Em seguida, Manassés tocou no trombone, um frevo do maestro Duda, de Recife, e “Carinhoso”, de
Pixinguinha. E Glauber[6]
demonstrou a forma da sua escola, ao som de música tradicional chinesa.
A
celebração no extremo oriental das Américas
No sábado, dia 30, o encontro dos grupos da sexta e do grupo do CCSA – Centro
de Ciências Sociais Aplicadas, coordenado pelo professor Matheus da Cruz –
estava marcado às 7h00, em frente ao Busto de Tamandaré, em Cabo Branco. Quando
o pessoal do Pai Lin PB chegou,
estava o grupo do prof. Ansélio D’ Castilho, do Projeto da Estação Cabo Branco.
Logo chegaram mais alunos do CCTA e os professores Matheus e Emi Kajimoto e
alunos do CCSA e Christiane, da Escola Chen.
Após registrar fotos, selando a reunião dos quatro grupos para o próximo ano, a
prática aberta incluiu: Exercícios preparatórios, pelas professoras Alice e
Emi, automassagens, pelo professor Matheus; Chansigong,
por Christiane; e Chi Kung, pelo grupo Pai Lin; a primeira parte da Sequência das Formas, nos três estilos;
e a demonstração de espada simples, pela representante da Escola Chen, Christiane Alves.
Aqui do extremo oriental brasileiro, mesmo numa iniciativa apressada, esperamos ter
atingido, minimamente, a celebração proposta pelo professor americano Bill
Douglas e aceita, em 1999, pela Organização Mundial
da Saúde. O Dia Mundial do T’ai-chi Chuan e do Chi kung objetiva: chamar e divulgar, seja
presencial ou virtualmente, as práticas do T’ai-chi,
suas referências locais e benefícios em favor da harmonia e “saúde pessoal,
social e mundial”; agradecer a cultura chinesa pelos ensinamentos; e “melhorar
as relações mundiais, reunindo os praticantes” ou interessados em uma rede de
vibrações “por um mundo mais saudável”.
João Pessoa, 30 de abril de 2016
[1] http://wcta.com.br/professores/jader-duarte/
[2] No panfleto há
esclarecimentos sobre a data comemorativa, sobre o T’ai-chi Chuan – “‘Arte da meditação em movimento’ (Despeux id.) com exercícios e uma sequência de movimentos inspirados na
arte marcial, na leveza, habilidade e equilíbrio dos animais e da natureza” – e
seus “Objetivos:
sensibilizar e ampliar a consciência e a percepção do corpo como unidade
física, mental e emocional; através da harmonização yin-yang, fortalecer o sistema imunológico, aliviando o stress e a
aceleração, principais causadores das doenças do mundo moderno”.
[3] Ver “Alquimia de um movimento
(para espíritos livres”) em http://taichipailinpb.blogspot.com.br/2016/04/tai-chi-pai-lin-alquimia-de-um.html
[5] Ver mesmo endereço da nota 3
Parabéns aos grupos. As aulas e os ensinamentos foram perfeitos. E não tinha como ser diferente comemorar o dia mundial do tai chi chuan com integração entre os diversos estilos foi simplesmente maravilhoso.
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